terça-feira, 2 de setembro de 2014

Iperó. 05 de agosto de 2014 - A nove dias do segundo aniversário do meu injusto cárcere.

Com o coração constrito pelas tribulações que o meu anjo da guarda passa neste momento, venho solicitar atenção sobre a violenta repressão que os membros da Primeira Niubingui Etíope Coptic de Sião do Brasil estão sofrendo.

Todos os membros da diretoria da nossa instituída Igreja estão citados em processo criminal no Fórum da Comarca de Americana.

A Sra. M.S.M, 52 anos, dos quais mais de vinte anos prestados ao funcionalismo público municipal de Americana, tesoureira da nossa registrada entidade religiosa, sentou-se ontem no banco dos réus, perante o juiz, para responder por tráfico e associação para o tráfico de entorpecentes. Uma tese surreal do Ministério Público local, que tenta distorcer a realidade dos fatos.

As garantias constitucionais dos direitos humanos universais desta mulher venerável e dos demais irmãos/companheiros e irmãs/companheiras estão sendo triturados por um espírito truculento e repressor, que se apossou “del alma vechia” e atormentada e psicologicamente equivocada do acusador público e do respeitado juiz local.

Como única forma de protesto contra a violência física e psicológica que nossa igreja e seus membros vêm sofrendo do poder repressor, estamos aqui declarando em nome da única e numinosa verdade que NÃO SOMOS CRIMINOSOS, NÃO SOMOS TRAFICANTES, NÃO SOMOS INIMIGOS PÚBLICOS (como a promotoria tenta catalisar), NÃO NOS UNIMOS PARA FORMAÇÃO DE QUADRILHA!

Socorro, Senhor! Tende compaixão destes irmãos e irmãs que não cometeram crime algum. Ajuda-nos, pois que somos apenas pessoas que se congregaram em caráter privado para celebrar a verdade, a paz, a justiça, a compreensão e conhecimento, o amor incondicional ao próximo e, sobretudo, o respeito e amor ao nosso Pai Todo-Poderoso “Jah” (Javé/Jeová).
Estas pessoas tem em comum a predisposição genética ao uso terapêutico da Planta Sagrada Cannabis, em qualquer de seus tipos.

São seres humanos que, por direito inalienável de consciência, se identificam com o estilo de vida social-cultural-religioso rastafári, expressão numinosa do Espírito ancestral africano.

Somos pessoas que nunca intentamos contra a ordem pública, nem trabalhamos para ofender a moral vigente.

Nossos cultos e manifestações religiosas acontecem dentro da nossa Niubingui (igreja) sem desarvoramento e na privacidade garantida pela Constituição do Brasil.

Nosso proceder foi sempre trilhado dentro da compreensão legal, dentro dos limites exatos do direito constitucional gravados na nossa magna carta.
Enquanto a opressão se abate sobre nossa entidade religiosa, transtornando sobremaneira o cotidiano dos seus membros e de suas respectivas famílias, vemos o descortinar do “Real Verdade” sobre o poder da “Planta Sacramental” de nossa fé.

Hoje, a imprensa nacional discute os poderes medicinais do hemp-oil, uma substância extraída da planta cannabis, que é eficiente remédio para as mais diversas enfermidades. Esta poderosa substância é o nosso óleo sacramental, sendo parte integrante de nossos ritos espirituais de cura. Este numinoso conhecimento ancestral copta/etíope coptic também era integrante da liturgia de outras culturas religiosas antigas.  Encontramos uma infinidade de referências no Pentateuco Mosaico e na Bíblia Cristã.

Em Êxodo, o hemp-oil é conhecido como óleo de unção ou canenbusen.

Os indianos já se beneficiavam do poder curativo desta substância resinosa, extraída da cannabis há mais de cinco mil anos, nos rituais de cura dos Vedas, sacerdotes da cultura religiosa ayurvedica.

A verdade é que esta milagrosa substância que cura mais de 60% das enfermidades humanas é de conhecimento milenar e popular, sendo um fitoterápico e não um fármaco.

A verdade está nas palavras de um professor de medicina da USP-São Carlos que, em entrevista para o telejornal Bom Dia Brasil da Rede Globo, declarou que aquela instituição tem extensa pesquisa sobre o poder curativo dos inúmeros princípios ativos encontrados na Planta Sagrada Cannabis e que há mais de trinta anos sabem da eficácia da erva contra o câncer.

Estas pesquisas só confirmam o resultado dos estudos conclusivos feitos pela American Câncer Association no início da década de 1970. A pesquisa americana constatou a eficiência da cannabis no tratamento da maioria dos cânceres.

Em verdade, eu vos digo irmãos e irmãs, a sociedade brasileira sabe há trinta anos o que a sociedade americana sabe a mais de quarenta anos:  a cannabis, vulgo maconha, cura câncer sem efeitos colaterais, além de ser extremamente eficiente no tratamento de enjoo e náusea provocada pela quimio e radioterapia. Além de ser mais eficaz que os quimio-farmacológicos dos laboratórios transnacionais, o custo dos fitoterápicos da cannabis é irrisório em comparação com o tratamento convencional.

Então nos encontramos diante do paradoxo moral criado pela proibição da cannabis, onde se tornou crime o cultivo e uso da mais prodigiosa planta conhecida pela humanidade, levando milhares de pessoas ao cárcere todos os anos, enquanto milhões morrem todos os anos por não terem acesso ao tratamento contra o câncer pela cannabis.

Podemos dizer que a proibição/embargo da cannabis é um dos maiores crimes contra a humanidade. Além de ser o maior 171 contra a economia planetária gera dor, sofrimento e angústia a uma considerável parcela da população mundial.

Já sabemos quem foram os responsáveis e os que continuam obtendo lucros pornográficos com este crime.

Algumas questões precisam e deverão ser respondidas:
- quem são os verdadeiros criminosos, aqueles que usam a cannabis, que é praticamente inofensiva à saúde humana, ou os que levaram milhões à morte escondendo a verdade para obter lucro e poder desvairados?
- quem vai restabelecer esta verdade, quebrando este nefasto embargo contra a planta sagrada?
- quando nos livraremos desta medieval doutrina da mentira?

“A pior de todas as ignorâncias é a ignorância filosófica.”

A ignorância funcional só afeta o indivíduo que dela padece, mas a ignorância do douto, que acha tudo saber e nada sabe, atinge a todos que dele dependem.

Por isso nossa Niubingui defende e luta pela Real Verdade. Jesus dizia aos que criam nele: “Se vós permanecerdes em minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.” (João 8-31,32).

A “Santa Kaia” faz parte do proceder de nosso aprisco. Para nós, ela é a fonte numinosa de nosso conhecimento. Leia Ezequiel 34-11~15.

Para encerrar, rogo-vos mais uma vez: precisamos de vossa ajuda. Se está  lendo esta carta, é porque vossa senhoria, de alguma maneira pode nos ajudar.
Sua manifestação pelo restabelecimento dos nossos direitos constitucionais já será de imenso poder. Pessoas injustiçadas estão presas e outras na pendência de serem condenadas pela justiça “farisaica”.

Por favor, ajude-nos!

“No meio da rua da cidade, de um e do outro lado do rio, lá estava a árvore da vida, que produz doze frutos, dando cada mês seu fruto; e as folhas da árvore eram para a cura das nações.” (apocalipse 22-2).

Que a Luz da sabedoria divina de nosso Pai Todo-Poderoso se derrame sobre nós, livrando-nos da escuridão da ignorância!


Ras Geraldinho
Líder Religioso da Primeira Niubingui Etíope Coptic de Sião do Brasil
Jah Rastafari


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