Dois anos e 10 meses de
masmorra tucana.
O perfil espiritual do
usuário da Santa Kaya - planta cannabis
(por Ras Geraldinho )
Um dos marcos da ignorância
social da atual “matrix” é, sem sombra de dúvida, a estigmatização do usuário
da planta cannabis.
Um hábito salutar
desenvolvido por milênios em quase todas as culturas do oriente, foi
cirurgicamente demonizado e hoje é compreendido pelo inconsciente coletivo como
coisa execrável, atitude de marginal.
Infelizmente, os programadores
que formataram a criminalização da planta cannabis fizeram um excelente
trabalho.
Podemos afirmar, com
certeza, que este foi o maior estelionato da história universal.
O poder econômico do lobby
petroquímico norte-americano alimentou por várias décadas o monstro
inescrupuloso da mídia do “Tio Sam” que implantou inúmeros aplicativos de
mentira e ódio no inconsciente coletivo da ignorante população estadunidense.
Sem as ferramentas de
virtualidade da propaganda, o espírito sujo da política não alcançaria êxito na
criminosa proibição da cannabis.
O povo dos Estados Unidos da
América do Norte não sabia a diferença entre hemp e marijuana, como não sabe
direito até hoje, e isso foi decisivo no maquiavélico plano de proibição.
Sendo a mesma planta, o
termo inglês “hemp” era usado para a cultura agrícola básica naquele país e o
termo hispânico marijuana usado para nomear as flores da planta fêmea que,
secas, são queimadas, normalmente em forma de cigarros, onde a fumaça obtida da
combustão é inalada.
Desde 1922, quando se deu
inicio ao nefasto lobby da proibição, a indústria da comunicação e propaganda
norte-americana (leia-se TV, rádio, cinema, jornal, livro), alimentada
abundantemente com os petrodólares, criou um número imensurável de peças
publicitárias mentirosas, que inundou o público de toda a nação, fazendo uma
formatação mitológica no inconsciente coletivo.
Nas estações de rádio e
televisão, assim como nos jornais diários, brotavam falsas notícias de
assassinatos, roubos, estupros, e toda situação de desgraça promovida por
negros ou mexicanos sob efeito da “maldita” marijuana.
Nos cinemas e nos livros, os
bandidos e toda orda de malfeitores apareciam fumando um baseado dos grandes.
Toda esta armação
mercadológica foi orquestrada por Aslingher, o maior e mais poderoso ksar das
drogas dos Estados Unidos. Está tudo registrado na história, sendo de fácil
conferência.
Do início desta guerra
difamatória até o ato no Senado norte-americano, que proibiu todo tipo de uso,
do cultivo e comércio da planta cannabis, passaram-se quinze anos de mentiras
diárias, desconstruindo a “Real Verdade” e construindo um terrível monstro
corruptor da realidade e destruidor dos direitos humanos fundamentais.
Tudo o que era nojento e
abominável era colocado na conta da planta que, na verdade é uma dádiva
provedora de todas as nossas necessidades, conhecida como a “Árvore da Vida”.
Depois do objetivo da
proibição ter sido alcançado no ano de 1937, simultaneamente lá no país dos
cowboys e aqui na terra tupiniquim, a aviltante mentira se espalhou pelo mundo
e, finalmente, no meio do século passado, a ONU, de forma ditatorial, decretou
o embargo total à planta que, até então, era a commodities mais negociada no
planeta.
De lá para cá, o que é
mentira virou verdade, confirmando a máxima de Goebbels, o nazista marqueteiro
de Hitler.
A semente desta mentira
foi semeada em solo fértil.
Os Estados Unidos, no início
do século passado, era um país basicamente agrícola, sendo de maioria
populacional rural.
As diferenças econômicas e
sócio-intelectuais entre o urbano e o rural eram gigantes, a maioria do povo
era ignorante e desinformada.
A cultura agrícola nacional
era a “hemp” (cânhamo-cannabis), que alimentava parte da indústria em gestação.
É importante salientar que os agricultores norte-americanos eram incentivados a
cultivar a planta cannabis. Tanto isso é verdade, que a primeira lei
regulamentada nos EUA obrigava todo colonizador a plantar hemp, onde os
impostos poderiam ser pagos diretamente com a produção da planta.
Era matéria prima de interesse
estratégico de Estado e, por dezenas de anos, o ciclo agroindustrial da planta
cannabis impulsionou a economia norte-americana.
Modal econômico baseado na
sustentabilidade ambiental do ciclo do carbono.
Sabendo que tudo o que se
faz com o petróleo já se fazia com a planta cannabis, os investidores das indústrias
de prospecção e transformação do petróleo compreenderam que só com o embargo
total da hemp é que a indústria petroquímica conseguiria sobreviver e se tornar
a maior concentração de poder econômico do mundo, como é na atualidade.
Foi neste ambiente de
ignorância e gigantesco conflito de interesse que se gestou o plano de embargo
total à planta cannabis.
Então, no meio daquele
esforço desesperado de suplantar a concorrência inexpugnável da mais antiga
matéria-prima industrial, conhecida desde a pré-história, um espírito obscuro
sugere, pela primeira vez, a relação hemp x marijuana (cânhamo x maconha).
Confiantes na ignorância do
inconsciente coletivo nacional e no estúpido preconceito que os caucasianos
norte-americanos nutrem pelos afrodescendentes e hispânico-mexicanos, a
campanha de difamação e demonização da planta cannabis foi deflagrada.
Em meados dos anos 1920,
começam a aparecer as primeiras noticias (mentirosas) em diferentes estados
daquele país.
Nas telas do cinema a moda
eram os faroestes, onde se exibiam como malfeitores e assassinos, os mexicanos
com o baseado na boca.
O mais famoso exemplo de
manipulação de massa feito pela indústria cinematográfica norte-americana
contra a planta cannabis foi um filme chamado Reefer Madness, traduzido por
loucura do baseado.
Com roteiro deplorável, o
filme conta a história de um professor de piano, com cara de louco e um baseado
na boca, exigindo que sua aluna acelerasse o compasso da música. A aluna,
sentada ao piano, com cara de maluca e um baseado na boca, obedecia
prontamente.
O professor repetia enfaticamente
a palavra “faster” e a aluna toca o piano cada vez mais rápido, numa sequencia
frenética.
Esta cena é interrompida com
a entrada de um agente federal de barba perfeitamente feita, vestindo um terno
de corte impecável, usando um distintivo reluzente.
Ao ver a presença do
policial-galã de arma em punho, o professor pula em cima dele e o mata,usando
uma batuta (varinha de maestro) como arma.
A aluna, totalmente
desvairada, ao ver o brutal acontecimento, salta do enésimo andar do prédio, se
espatifando no meio da rua.
O filme termina na “santa”
corte de justiça norte-americana, com o juiz decretando pesadíssima pena, pelo
motivo do crime ter sido cometido sob o efeito da mais horrível e perigosa erva
já vista pela humanidade: a marijuana (a maconha).
Dada a sentença,a câmera
corta para o desfigurado professor, que fazia caretas como alucinado. A imagem
vai fechando em zoom no rosto ensandecido do “professor maconheiro” e encerra
com a clássica legenda “The End”.
O tsunami de mentiras sobre
a planta cannabis foi num crescente até 1937, quando o senado norte-americano,
em audiência pública que mais parecia um espetáculo burlesco, aprova o “hemp act”
(ato do cânhamo), proibindo totalmente o plantio, produção,
industrialização,comércio e uso de todos os produtos da planta cannabis. Estava
decretado o embargo total a mais profícua erva que Deus nos deu.
Em ação sincronizada, o
cânhamo foi proibido no Brasil naquele mesmo ano. É bom lembrar que a Petrobrás
começava a ser concebida naquela mesma época.
A seção parlamentar que
proibiu a planta cannabis nas terras do Búfalo Bill foi um dos mais teatrais
eventos daquele senado. Peça montada e dirigida por Aslingher, o mais poderoso
funcionário público norte-americano de todos os tempos.
Para se ter ideia da
má-versão, intenção escusa e ignorância que permearam a ação de embargo à mais valiosa commodities mundial realizado
pelo legislativo norte-americano, vamos ver algumas passagens registradas na
minimalista ata daquela assembleia: foi apresentado por Aslingher e seus lobistas
um obscuro veterinário, como expert em assuntos canábicos.
Este profissional foi o mais
perto da área cientifica e medicinal que os embusteiros do interesse
petroquímico conseguiram para defender a tese fictícia sobre a pretensa
malignidade da Erva.
Questionado sobre qual era a
base técnica para o veterinário sugerir a proibição sumária da planta cannabis,
o mesmo declarou ter feito uma experiência com quarenta cães, nos quais ele
havia injetado diretamente no cérebro dos (pobres) animais o extrato da
marijuana (maconha) e, como resultado, cinco destes cães haviam morrido.
Desta fantasiosa
experiência, ele tirou a conclusão sobre a pestilência da planta cannabis. É
oportuno informar que, naquela época, não se conhecia cientificamente os
princípios ativos canábicos: o THC só foi descoberto pela ciência em meados de
1960, algumas décadas depois desta estapafúrdia estória.
Além desta bizarra
falsidade, um dos parlamentares perguntou se o veterinário teria feito algum
outro experimento, pergunta que foi respondida com uma afirmação, só que, desta
vez a cobaia teria sido ele mesmo.
Declarou que, ao fumar um
cigarro da “erva maldita”, ele se transformou num morcego e, depois de voar
pela sala do laboratório, caiu no fundo de um poço cheio de nanquim.
Portanto, o veredito do
veterinário foi de que o uso da marijuana causava demência temporária.
Em defesa da planta cannabis
estava a Associação Médica Americana, que conhecia e usufruía dos benefícios da
Erva. Os médicos tentaram argumentar contra a esdrúxula proibição, mas foram
impedidos de se manifestar, sob a alegação de que os parlamentares já sabiam
das posições contrárias da Associação aos trabalhos do senado norte-americano.
Depois desta dantesca
audiência pública, a suprema casa de leis norte-americana aprovou, em plenário,
numa seção que durou um minuto e meio, a draconiana proibição.
A tramitação da lei de
embargo no Brasil não foi muito diferente da ação circense de proibição nos
EUA.
Com a consolidação do
embuste contra a Erva, começou a perseguição a todos que faziam uso dela.
Então a opressão violenta
aos usuários se intensificou, sendo a primeira vítima um nova-iorquino de
cinquenta e poucos anos, preso em um quarto de hotel com dois baseados. Ele
recebeu pena de cinco anos, agravado com trabalho forçado e morreu seis meses
depois de ser libertado.
De lá para cá milhões de
pessoas foram presas e mortas em todo o mundo, sob a égide violenta da mentira
que formatou o inconsciente coletivo mundial.
Nestes mais de oitenta anos
de enganação, as mentiras foram se sobrepondo e aumentando. Começou com a
repetitiva afirmação de que o uso da planta cannabis causava a morte, na
sequencia a informação era que tornava o usuário em sangrentos assassinos –
ilustradas sempre com imagens de mexicanos bigodudos, de barba serrada, olhos
vermelhos e baseado na boca. Depois veio a “estória” da demência temporária,
que causou problemas jurídicos graves. Vários advogados começaram a usar a
“demência temporária por marijuana” como álibi de assassinatos e ganhavam as
causas.
Quando perceberam que o
argumento da demência estava fazendo um estrago no ordenamento jurídico
norte-americano, esta balela foi abandonada.
Nesta época, o comissário
Aslingher teve a sua mais notável sacada. Ele começou a espalhar a ideia de
que, apesar de não causar demência nem morte, a planta cannabis era a “escada”
para as drogas pesadas, o primeiro degrau para o vício e a desgraça humana.
Este foi o mais forte
implante sugestivo no inconsciente coletivo, que sobrevive até hoje.
Aí, somou-se a estas
mentiras a indução à perda de estímulo dos jovens, que deixavam de estudar,
tornando-se arremedos de zumbis. Acrescentaram na lista das enganações a
cegueira, o abandono da fé religiosa, a queima de neurônios, a destruição
familiar, a impotência, o câncer.
A mais fantástica criação de
Aslingher foi em uma audiência pública, onde ele afirmou que a difusão do
hábito de se fumar marijuana entre os jovens americanos era um plano diabólico
da China comunista para uma futura invasão aos Estados Unidos.
Todo lodo ideológico foi
espalhado pelo planeta, sedimentando-se no inconsciente coletivo mundial. Após
a consolidação da mentira como verdade, ficou fácil a manutenção da nova
realidade transviada.
Para se manter o engodo, que
é um dos maiores estelionatos da história, centenas de bilhões de dólares foram
gastos em propaganda enganosa, corrupção política e aparato de repressão
institucional, resultando em desnecessário sofrimento, milhões de presos e um
estúpido número de vidas perdidas.
Este crime que a indústria
petroquímica e demais agregados cometeu contra a humanidade, cegou o
inconsciente coletivo mundial, gerando o degenerado preconceito sobre os
usuários da planta cannabis.
Portanto, baseado no
conhecimento histórico e científico, venho peremptoriamente declarar que os
usuários da planta cannabis (maconha), assim como os seguidores das manifestações
do espírito cultural canábico não são psicopatas, não tem tendência assassina,
não são bandidos quadrilheiros nem ladrões; não são portadores de doenças
contagiosas, não são sujos nem desafetos ao banho, não cheiram mal, muitos
menos são das hostes infernais.
Os usuários da inalação da
fumaça canábica o são por motivos que remontam à evolução da consciência
humana, retratados na Gênese Mosaica, por predisposição genética.
Aspirar a fumaça da planta
cannabis fêmea foi o primeiro e mais eficiente medicamento para o efeito
colateral da consciência: a depressão. Desde os tempos adâmicos a raça humana
se automedica com ela, a planta cannabis fêmea – que é medicamento para nada
menos que 60% dos males que afligem nossos corpos e nossas mentes.
Além do descomunal poder
curativo, ela é a mais rica fonte alimentar que Deus colocou à nossa
disposição.
Ela é a única oportunidade
que temos para acabar com a fome e a desnutrição mundial.
Por estes motivos, que somam
mais de vinte e cinco mil utilidades desta planta sagrada é que ela é proibida.
O fato antropológico de se
inalar a fumaça da Erva é tão somente o bode expiatório deste nojento complô
para o embargo mundial da Santa planta cannabis.
Levando toda esta questão em
consideração, temos a obrigação moral de acabar com os mentirosos paradigmas
que formam as muralhas ao redor da planta cannabis e libertar não somente a
planta, mas principalmente nossas mentes.
A ignorância, o preconceito
e o ódio são os pilares de sustentação desta ignóbil proibição, que não tem a
mínima base científica de ser.
O usuário da cannabis,
chulamente conhecido como maconheiro, nada mais é que um ser humano, igual aos
bilhões de homens e mulheres que florescem por todos os cantos da terra. São
negros, brancos, amarelos, vermelhos em todos os tons e matizes da semelhança
humana.
Pedreiros, jardineiros,
médicos, advogados, juízes, etc. Ricos e pobres,doutos ou desdentados.
Todos tem uma coisa em
comum: o amor e a atração da predisposição genética por uma planta, presente de
Deus, que nos conforta e nos faz bem.
Então, da próxima vez que você
ver ou ouvir falar do tal “maconheiro”, não deixe que o preconceito dê espaço
ao ódio em teu coração.
Entenda que ali está um
espírito igualzinho ao seu, merecedor do mesmo respeito e amor que todos os
filhos de Jah merecem.
Lembre-se que só a verdade pode
mudar o mundo para melhor, nos levando a um patamar superior de vida e
espiritualidade.
“E conhecereis a verdade, e
a verdade vos libertará.” (João 8:32)
Que a sabedoria divina se
derrame sobre nós!
Ras Geraldinho
Elder da Primeira Igreja
Niubingui Etíope Coptic de Sião do Brasil
(com a glória de Jah)
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