quinta-feira, 2 de julho de 2015

Iperó, 02 de Julho de 2015


Dois anos e 10 meses de masmorra tucana.

O perfil espiritual do usuário da Santa Kaya  - planta cannabis
(por Ras Geraldinho )

Um dos marcos da ignorância social da atual “matrix” é, sem sombra de dúvida, a estigmatização do usuário da planta cannabis.

Um hábito salutar desenvolvido por milênios em quase todas as culturas do oriente, foi cirurgicamente demonizado e hoje é compreendido pelo inconsciente coletivo como coisa execrável, atitude de marginal.

Infelizmente, os programadores que formataram a criminalização da planta cannabis fizeram um excelente trabalho.

Podemos afirmar, com certeza, que este foi o maior estelionato da história universal.

O poder econômico do lobby petroquímico norte-americano alimentou por várias décadas o monstro inescrupuloso da mídia do “Tio Sam” que implantou inúmeros aplicativos de mentira e ódio no inconsciente coletivo da ignorante população estadunidense.

Sem as ferramentas de virtualidade da propaganda, o espírito sujo da política não alcançaria êxito na criminosa proibição da cannabis.

O povo dos Estados Unidos da América do Norte não sabia a diferença entre hemp e marijuana, como não sabe direito até hoje, e isso foi decisivo no maquiavélico plano de proibição.

Sendo a mesma planta, o termo inglês “hemp” era usado para a cultura agrícola básica naquele país e o termo hispânico marijuana usado para nomear as flores da planta fêmea que, secas, são queimadas, normalmente em forma de cigarros, onde a fumaça obtida da combustão é inalada.

Desde 1922, quando se deu inicio ao nefasto lobby da proibição, a indústria da comunicação e propaganda norte-americana (leia-se TV, rádio, cinema, jornal, livro), alimentada abundantemente com os petrodólares, criou um número imensurável de peças publicitárias mentirosas, que inundou o público de toda a nação, fazendo uma formatação mitológica no inconsciente coletivo.

Nas estações de rádio e televisão, assim como nos jornais diários, brotavam falsas notícias de assassinatos, roubos, estupros, e toda situação de desgraça promovida por negros ou mexicanos sob efeito da “maldita” marijuana.

Nos cinemas e nos livros, os bandidos e toda orda de malfeitores apareciam fumando um baseado dos grandes.
Toda esta armação mercadológica foi orquestrada por Aslingher, o maior e mais poderoso ksar das drogas dos Estados Unidos. Está tudo registrado na história, sendo de fácil conferência.
Do início desta guerra difamatória até o ato no Senado norte-americano, que proibiu todo tipo de uso, do cultivo e comércio da planta cannabis, passaram-se quinze anos de mentiras diárias, desconstruindo a “Real Verdade” e construindo um terrível monstro corruptor da realidade e destruidor dos direitos humanos fundamentais.

Tudo o que era nojento e abominável era colocado na conta da planta que, na verdade é uma dádiva provedora de todas as nossas necessidades, conhecida como a “Árvore da Vida”.

Depois do objetivo da proibição ter sido alcançado no ano de 1937, simultaneamente lá no país dos cowboys e aqui na terra tupiniquim, a aviltante mentira se espalhou pelo mundo e, finalmente, no meio do século passado, a ONU, de forma ditatorial, decretou o embargo total à planta que, até então, era a commodities mais negociada no planeta.

De lá para cá, o que é mentira virou verdade, confirmando a máxima de Goebbels, o nazista marqueteiro de Hitler.

A semente desta mentira foi  semeada em solo fértil.

Os Estados Unidos, no início do século passado, era um país basicamente agrícola, sendo de maioria populacional rural.

As diferenças econômicas e sócio-intelectuais entre o urbano e o rural eram gigantes, a maioria do povo era ignorante e desinformada.

A cultura agrícola nacional era a “hemp” (cânhamo-cannabis), que alimentava parte da indústria em gestação. É importante salientar que os agricultores norte-americanos eram incentivados a cultivar a planta cannabis. Tanto isso é verdade, que a primeira lei regulamentada nos EUA obrigava todo colonizador a plantar hemp, onde os impostos poderiam ser pagos diretamente com a produção da planta.

Era matéria prima de interesse estratégico de Estado e, por dezenas de anos, o ciclo agroindustrial da planta cannabis impulsionou a economia norte-americana.

Modal econômico baseado na sustentabilidade ambiental do ciclo do carbono.

Sabendo que tudo o que se faz com o petróleo já se fazia com a planta cannabis, os investidores das indústrias de prospecção e transformação do petróleo compreenderam que só com o embargo total da hemp é que a indústria petroquímica conseguiria sobreviver e se tornar a maior concentração de poder econômico do mundo, como é na atualidade.

Foi neste ambiente de ignorância e gigantesco conflito de interesse que se gestou o plano de embargo total à planta cannabis.

Então, no meio daquele esforço desesperado de suplantar a concorrência inexpugnável da mais antiga matéria-prima industrial, conhecida desde a pré-história, um espírito obscuro sugere, pela primeira vez, a relação hemp x marijuana (cânhamo x maconha).

Confiantes na ignorância do inconsciente coletivo nacional e no estúpido preconceito que os caucasianos norte-americanos nutrem pelos afrodescendentes e hispânico-mexicanos, a campanha de difamação e demonização da planta cannabis foi deflagrada.

Em meados dos anos 1920, começam a aparecer as primeiras noticias (mentirosas) em diferentes estados daquele país.

Nas telas do cinema a moda eram os faroestes, onde se exibiam como malfeitores e assassinos, os mexicanos com o baseado na boca.

O mais famoso exemplo de manipulação de massa feito pela indústria cinematográfica norte-americana contra a planta cannabis foi um filme chamado Reefer Madness, traduzido por loucura do baseado.

Com roteiro deplorável, o filme conta a história de um professor de piano, com cara de louco e um baseado na boca, exigindo que sua aluna acelerasse o compasso da música. A aluna, sentada ao piano, com cara de maluca e um baseado na boca, obedecia prontamente.

O professor repetia enfaticamente a palavra “faster” e a aluna toca o piano cada vez mais rápido, numa sequencia frenética.

Esta cena é interrompida com a entrada de um agente federal de barba perfeitamente feita, vestindo um terno de corte impecável, usando um distintivo reluzente.

Ao ver a presença do policial-galã de arma em punho, o professor pula em cima dele e o mata,usando uma batuta (varinha de maestro) como arma.

A aluna, totalmente desvairada, ao ver o brutal acontecimento, salta do enésimo andar do prédio, se espatifando no meio da rua.

O filme termina na “santa” corte de justiça norte-americana, com o juiz decretando pesadíssima pena, pelo motivo do crime ter sido cometido sob o efeito da mais horrível e perigosa erva já vista pela humanidade: a marijuana (a maconha).

Dada a sentença,a câmera corta para o desfigurado professor, que fazia caretas como alucinado. A imagem vai fechando em zoom no rosto ensandecido do “professor maconheiro” e encerra com a clássica legenda “The End”.

O tsunami de mentiras sobre a planta cannabis foi num crescente até 1937, quando o senado norte-americano, em audiência pública que mais parecia um espetáculo burlesco, aprova o “hemp act” (ato do cânhamo), proibindo totalmente o plantio, produção, industrialização,comércio e uso de todos os produtos da planta cannabis. Estava decretado o embargo total a mais profícua erva que Deus nos deu.

Em ação sincronizada, o cânhamo foi proibido no Brasil naquele mesmo ano. É bom lembrar que a Petrobrás começava a ser concebida naquela mesma época.

A seção parlamentar que proibiu a planta cannabis nas terras do Búfalo Bill foi um dos mais teatrais eventos daquele senado. Peça montada e dirigida por Aslingher, o mais poderoso funcionário público norte-americano de todos os tempos.

Para se ter ideia da má-versão, intenção escusa e ignorância que permearam a ação de embargo à  mais valiosa commodities mundial realizado pelo legislativo norte-americano, vamos ver algumas passagens registradas na minimalista ata daquela assembleia: foi apresentado por Aslingher e seus lobistas um obscuro veterinário, como expert em assuntos canábicos.

Este profissional foi o mais perto da área cientifica e medicinal que os embusteiros do interesse petroquímico conseguiram para defender a tese fictícia sobre a pretensa malignidade da Erva.

Questionado sobre qual era a base técnica para o veterinário sugerir a proibição sumária da planta cannabis, o mesmo declarou ter feito uma experiência com quarenta cães, nos quais ele havia injetado diretamente no cérebro dos (pobres) animais o extrato da marijuana (maconha) e, como resultado, cinco destes cães haviam morrido.

Desta fantasiosa experiência, ele tirou a conclusão sobre a pestilência da planta cannabis. É oportuno informar que, naquela época, não se conhecia cientificamente os princípios ativos canábicos: o THC só foi descoberto pela ciência em meados de 1960, algumas décadas depois desta estapafúrdia estória.

Além desta bizarra falsidade, um dos parlamentares perguntou se o veterinário teria feito algum outro experimento, pergunta que foi respondida com uma afirmação, só que, desta vez a cobaia teria sido ele mesmo.
Declarou que, ao fumar um cigarro da “erva maldita”, ele se transformou num morcego e, depois de voar pela sala do laboratório, caiu no fundo de um poço cheio de nanquim.

Portanto, o veredito do veterinário foi de que o uso da marijuana causava demência temporária.

Em defesa da planta cannabis estava a Associação Médica Americana, que conhecia e usufruía dos benefícios da Erva. Os médicos tentaram argumentar contra a esdrúxula proibição, mas foram impedidos de se manifestar, sob a alegação de que os parlamentares já sabiam das posições contrárias da Associação aos trabalhos do senado norte-americano.

Depois desta dantesca audiência pública, a suprema casa de leis norte-americana aprovou, em plenário, numa seção que durou um minuto e meio, a draconiana proibição.

A tramitação da lei de embargo no Brasil não foi muito diferente da ação circense de proibição nos EUA.

Com a consolidação do embuste contra a Erva, começou a perseguição a todos que faziam uso dela.

Então a opressão violenta aos usuários se intensificou, sendo a primeira vítima um nova-iorquino de cinquenta e poucos anos, preso em um quarto de hotel com dois baseados. Ele recebeu pena de cinco anos, agravado com trabalho forçado e morreu seis meses depois de ser libertado.

De lá para cá milhões de pessoas foram presas e mortas em todo o mundo, sob a égide violenta da mentira que formatou o inconsciente coletivo mundial.

Nestes mais de oitenta anos de enganação, as mentiras foram se sobrepondo e aumentando. Começou com a repetitiva afirmação de que o uso da planta cannabis causava a morte, na sequencia a informação era que tornava o usuário em sangrentos assassinos – ilustradas sempre com imagens de mexicanos bigodudos, de barba serrada, olhos vermelhos e baseado na boca. Depois veio a “estória” da demência temporária, que causou problemas jurídicos graves. Vários advogados começaram a usar a “demência temporária por marijuana” como álibi de assassinatos e ganhavam as causas.

Quando perceberam que o argumento da demência estava fazendo um estrago no ordenamento jurídico norte-americano, esta balela foi abandonada.

Nesta época, o comissário Aslingher teve a sua mais notável sacada. Ele começou a espalhar a ideia de que, apesar de não causar demência nem morte, a planta cannabis era a “escada” para as drogas pesadas, o primeiro degrau para o vício e a desgraça humana.

Este foi o mais forte implante sugestivo no inconsciente coletivo, que sobrevive até hoje.

Aí, somou-se a estas mentiras a indução à perda de estímulo dos jovens, que deixavam de estudar, tornando-se arremedos de zumbis. Acrescentaram na lista das enganações a cegueira, o abandono da fé religiosa, a queima de neurônios, a destruição familiar, a impotência, o câncer.

A mais fantástica criação de Aslingher foi em uma audiência pública, onde ele afirmou que a difusão do hábito de se fumar marijuana entre os jovens americanos era um plano diabólico da China comunista para uma futura invasão aos Estados Unidos.

Todo lodo ideológico foi espalhado pelo planeta, sedimentando-se no inconsciente coletivo mundial. Após a consolidação da mentira como verdade, ficou fácil a manutenção da nova realidade transviada.

Para se manter o engodo, que é um dos maiores estelionatos da história, centenas de bilhões de dólares foram gastos em propaganda enganosa, corrupção política e aparato de repressão institucional, resultando em desnecessário sofrimento, milhões de presos e um estúpido número de vidas perdidas.

Este crime que a indústria petroquímica e demais agregados cometeu contra a humanidade, cegou o inconsciente coletivo mundial, gerando o degenerado preconceito sobre os usuários da planta cannabis.

Portanto, baseado no conhecimento histórico e científico, venho peremptoriamente declarar que os usuários da planta cannabis (maconha), assim como os seguidores das manifestações do espírito cultural canábico não são psicopatas, não tem tendência assassina, não são bandidos quadrilheiros nem ladrões; não são portadores de doenças contagiosas, não são sujos nem desafetos ao banho, não cheiram mal, muitos menos são das hostes infernais.

Os usuários da inalação da fumaça canábica o são por motivos que remontam à evolução da consciência humana, retratados na Gênese Mosaica, por predisposição genética.

Aspirar a fumaça da planta cannabis fêmea foi o primeiro e mais eficiente medicamento para o efeito colateral da consciência: a depressão. Desde os tempos adâmicos a raça humana se automedica com ela, a planta cannabis fêmea – que é medicamento para nada menos que 60% dos males que afligem nossos corpos e nossas mentes.

Além do descomunal poder curativo, ela é a mais rica fonte alimentar que Deus colocou à nossa disposição.

Ela é a única oportunidade que temos para acabar com a fome e a desnutrição mundial.

Por estes motivos, que somam mais de vinte e cinco mil utilidades desta planta sagrada é que ela é proibida.

O fato antropológico de se inalar a fumaça da Erva é tão somente o bode expiatório deste nojento complô para o embargo mundial da Santa planta cannabis.

Levando toda esta questão em consideração, temos a obrigação moral de acabar com os mentirosos paradigmas que formam as muralhas ao redor da planta cannabis e libertar não somente a planta, mas principalmente nossas mentes.

A ignorância, o preconceito e o ódio são os pilares de sustentação desta ignóbil proibição, que não tem a mínima base científica de ser.

O usuário da cannabis, chulamente conhecido como maconheiro, nada mais é que um ser humano, igual aos bilhões de homens e mulheres que florescem por todos os cantos da terra. São negros, brancos, amarelos, vermelhos em todos os tons e matizes da semelhança humana.

Pedreiros, jardineiros, médicos, advogados, juízes, etc. Ricos e pobres,doutos ou desdentados.

Todos tem uma coisa em comum: o amor e a atração da predisposição genética por uma planta, presente de Deus, que nos conforta e nos faz bem.

Então, da próxima vez que você ver ou ouvir falar do tal “maconheiro”, não deixe que o preconceito dê espaço ao ódio em teu coração.

Entenda que ali está um espírito igualzinho ao seu, merecedor do mesmo respeito e amor que todos os filhos de Jah merecem.

Lembre-se que só a verdade pode mudar o mundo para melhor, nos levando a um patamar superior de vida e espiritualidade.

“E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (João 8:32)
Que a sabedoria divina se derrame sobre nós!

Ras Geraldinho
Elder da Primeira Igreja Niubingui Etíope Coptic de Sião do Brasil

(com a glória de Jah)

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