Três anos e cinco meses de prisão política.
Exma. Sra. Dilma Rousseff, Presidenta do
Brasil
Ilustríssimos senhores e senhoras da Secretaria
de Direitos Humanos da Presidência da República
Eu, Geraldo
Antonio Baptista (Ras Geraldinho), elder da Primeira Igreja Niubingui Etíope Coptic de Sião do Brasil, entidade plenamente regulamentada, de cunho religioso e
filosofia rastafári, venho, neste vergonhoso momento para a nossa democracia, gritar por ajuda, socorro, por manifestação
de defesa aos direitos humanos universais da minha pessoa (condenada
/penitenciada) além dos demais membros da nossa Niubingui, que sofrem processo
judicial, perseguição policial e política, além de constrangimento moral e
psicológico.
Sou líder religioso Rastafári, de fé numinosa
“etíope copta de sião”.
Hoje me encontro preso na Penitenciária Odon
Ramos Maranhão, na cidade de Iperó-SP, acusado falsamente por tráfico de drogas
e associação para o crime, condenado desde agosto de 2012, em regime de exceção
de direito, por “crime ideológico”.
Sou tecnicamente reconhecido como preso político,
como poderá atestar o Dr. Alexandre Khuri Miguel, OAB/SP 118.352.
Aguardo Habeas Corpus do STF, protocolado em
dezembro de 2014, onde a subprocuradora geral da república, Dra. Débora Duprat,
concedeu provimento ao recurso, registrado eletronicamente em 15/01/2015. Ou
seja, estou aguardando há 01 ano pela assinatura do ministro do STF. Isso é
cruel!
Nunca cometi atos ilícitos em minha vida.
Toda a história da Primeira Igreja Niubingui Etíope Coptic de Sião do Brasil
pode ser encontrada na internet, nos sites, blogs e redes sociais
(palavras-chave: niubingui, Ras Geraldinho, Geraldo Coptic).
Somos, hoje, minoria reprimida, injustiçada e
violentada pela Justiça que, por obrigação constitucional, deveria nos
proteger.
Este ódio institucional é fruto de Justiça
caolha, que não aceita o fato da cannabis ser sacramento em nosso aprisco.
Passamos pelos mesmos sofrimentos que os
irmãos do Santo Daime passaram há anos atrás, quando o Supremo Tribunal Federal
reconheceu o direito ao uso ritualístico da erva sacramental Ayahuasca.
As ervas de poder sempre foram reconhecidas
como direito religioso pétreo, inclusive garantido em artigo específico na
Constituição da República Federativa do Brasil.
Nunca estivemos na clandestinidade, nem
praticamos atos ilícitos; nunca traficamos, nem vendemos ou distribuímos cannabis.
As plantas sagradas que plantávamos no jardim privado da nossa igreja eram
unicamente para representação numinosa (Mateus 12-1~8 / Marcos 2-23~25 / Lucas
6-1-3) ou como incenso sacramental (inalante espiritual).
Não se trata de uma invenção: estamos falando
de cultura religiosa milenar, que até hoje é perseguida.
Estamos falando de assunto ideológico e não
criminal. O que nos traz às vossas honradas presenças é o pedido de imediato socorro contra ação de patrulhamento ideológico,
portanto, perseguição política.
Estou Condenado pelo ódio,
mentira, inveja, avareza política, violência e, principalmente, pela mãe de
todos estes abjetos espíritos, que é a ignorância.
Estou Preso por crime
ideológico, pela hipista ignorância filosófica, a esfinge do inconsciente
coletivo, como costumo dizer. Enquanto a ignorância funcional impacta unicamente
o individuo ignorante, a hedionda ignorância filosófica solapa os direitos
humanos de toda a comunidade que se encontra à sombra do rampante poder,
condenando muitos ao sofrimento.
Sou Testemunha física do
atual estado de atraso da Justiça brasileira, com especial referência à Justiça
Paulista.
Sou Vítima do perverso
e supra-corrupto Sistema Prisional Paulista.
Estou Desamparado pelo “Espírito
Grego da Democracia”.
Fui Travestido pelo
Ministério Público, para aceno de cartola ao poder cinza dos obreiros do
Universo.
Fui Sentenciado por
argumentação semântica e ódio preconcebido de consciência jurídica bipolar,
formatada no castigo.
Fui Julgado por questão
moral e filosófica.
Sendo assim que sinto, declaro-me PRESO POLÍTICO e solicito o amparo deste Ministério.
Agradeço a inestimável atenção e assino,
Geraldo Antonio Baptista (Ras Geraldinho)
Matricula no Sistema Prisional Paulista nº
768.403
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