Um
ano e meio de injusto encarceramento.
“Examinei
todas as obras que se fazem debaixo do sol; e eis que tudo isso e
vaidade e esforço inútil.
Porque
na muita sabedoria há muita tristeza e quem aumenta a ciência
aumenta a dor.”
(Eclesiastes
1-14,18)
Que
a poderosa luz da Justiça Divina se derrame sobre nós, trazendo a
compreensão necessária para o nosso crescimento espiritual.
Da
babilônia não podemos esperar nada. Dia passa, mês passa, anos
passam, séculos passam e só presenciamos a história se repetindo.
Mudam
os atores mas o roteiro continua o mesmo; a comédia bufa do passado
continua em cartaz e será a mesma de amanhã...
O
calabouço sempre foi e sempre será de pedra; o ferrolho muda de
forma, mas o corpo de ferro e a intenção da alma continua a
mesma...
“De
tudo vi nos dias de minha vaidade. Há justo que perece por sua
justiça e há ímpio que por sua maldade prolonga seus dias.”
(Eclesiastes 7-15)
Isso
vale para a infeliz verdade mostrada intencionalmente no Fantástico
da Rede Globo: a operação de guerra deflagrada pela Policia Federal
brasileira, juntamente com o exército paraguaio, contra os
plantadores de cannabis naquele País.
Lamentável
a interferência brasileira na soberania paraguaia, justificada e
escamoteada como tratado de cooperação internacional para o combate
às “drogas”.
Os
proibicionistas de plantão podem até encontrar algum orgulho ou
justificativa, mas é vergonhosa a submissão das Forças Armadas de
um país à Policia de outro. É diplomaticamente lamentável e vem
junto com uma sombra de ação imperialista que não condiz com o
espírito da Constituição Brasileira nem como os sagrados direitos
de “Livre Estado”.
A
matéria jornalística, em formato de folhetim, descreve uma operação
de guerra semelhante à cena hollywoddiana da tomada de uma praia do
Vietnan por helicópteros do exército americano no filme “Apocalipse
Now”, de Francis Ford Coppola. Só faltou a trilha sonora da
cavalgada das valquirias. Lamentável.
Chegaram
ao requinte cinematográfico do ângulo subjetivo de visão de um
soldado paraguaio dentro de um helicóptero, descarregando
insanamente uma metralhadora contra um praticamente invisível alvo
no meio de uma plantação de cannabis.
Posteriormente
mostrou-se que o alvo das saraivadas de balas disparadas pelo soldado
paraguaio eram dois agricultores (cidadãos) paraguaios.
E
o exército atirando contra o seu próprio povo... Isso é um
despropósito constituicional! As Forças Armadas paraguaias são
constituidas para proteger o povo paraguaio, não para tratá-lo como
inimigo de Estado.
A
edição, em estilo “cinema verdade”, mostra o total desvio de
função dos soldados do exército paraguaio, pois aquela operação
seria trabalho para a polícia provincial com apoio do Ministério da
Agricultura daquele país.
Vimos
soldados com facão na mão cortando uma parrela de arbustos e
amontoando-os para a fogueira. Ao fundo os dois miseráveis
camponeses - que declaravam não ter outro meio de sobrevivência,
pois são abandonados pelo Estado, eram exibidos como troféu pelo
pelotão militar.
Quanta
hipocrisia!
Depois,
para efeito de marketing, as imagens do “trabalho” de destruição
das instalações “subversivas”: um caco de espuma à guisa de
colchão, uns pedaços de galhos como estrutura e uma velha lona
preta plástica usada na cobertura...
Qual
a intenção dessa tola e desproporcional exibição de poderio
bélico contra dois desgraçados campesinos?
A
resposta vem da boca do oficial militar paraguaio e do agente
policial brasileiro: “A Guerra Contra as Drogas”.
Este
termo foi ressucitado da tumba do Nixon, que foi o primeiro a usá-lo
na década de 1960.
Ronald
Reagan, o mais ignorante e reacionário presidente americano também
usou o impactante “The War on Drugs” para justificar o descabido
volume de dólares consumidos pelo DEA no início dos anos 1980.
Estamos
usando um bordão como ferramenta de marketing que o mundo
pseudo-evoluído (USA e Europa) deixou de usar há mais de três
décadas.
Isso
mostra o descompasso entre a nossa sociedade e o dito “primeiro
mundo”.
“Guerra
contra as drogas” é uma ferramenta de marketing político
extremamente cara – econômica, social e diplomaticamente falando.
Quando
o termo foi empregado / implementado pela primeira vez no governo
Nixon, gerou uma brancaleônica operação tática que paralisou toda
a fronteira sul dos Estados Unidos, com um custo operacional
descomunal, além de criar um sério problema diplomático com o
México. É oportuno salientar que o evento foi um fiasco e nada foi
encontrado, sobrando só o estigma político da “guerra” que
sempre vendeu bem na “Terra do Tio Sam”.
Quando
pedimos a um confeiteiro um bolo, ele nos entrega um bolo.
Quando
o Sistema pede para o exército uma guerra, ele entrega uma guerra,
pois é para isso que ele é formado – para a guerra, e os
soldados, independentemente dos custos econômicos e sociais, são
chamados de bons no que fazem e entregam mesmo a guerra!
Contra
quem? Quem sabe?
Isso
importa?
Estas
perguntas, os profissionais de jornalismo da poderosa Rede Globo não
foram capazes de responder. Mas, isso importa? Pra quem? Quem sabe?
Estas
perguntas nunca serão respondidas, porque esta guerra é e sempre
foi empreendida contra um fantasma: um fantasma social gerado em 1937
quando o golpe proibicionista foi levado a efeito e a lei contra a
cannabis foi promulgada nos Estados Unidos. Naquele momento foi
criada uma nova classe social: os traficantes de drogas.
De
lá para cá, esta figura permeia o inconsciente coletivo do aparelho
repressor do Estado, que viu nesta oportunidade uma forma de
fortalecimento tentacular e eternização.
Criou-se
a expectativa de que o poder violento da repressão seria a solução
para a extinção da Planta. Então, o cenário de “guerra” foi
montado e implementado.
Mesmo
sem ter um inimigo visível o aparato foi montado, e consome bilhões
de dólares/reais e milhares de vidas são perdidas todos os anos,
numa louca caçada contra o “nada”, contra um “fantasma”.
Contra
quem? Não importa!
De
novo: contra quem? Uma planta. Por que? Ninguém sabe. Não importa.
O
que importa é que alguém falou que é proibido. E pronto.
As
normas técnicas exigidas na letra da Lei para a proibição das
drogas nunca foram aplicadas ao THC (tetrahidrocanabinol), o
princípio ativo encontrado na espiga (flor) da cannabis.
A
base legal para a proibição da Erva no Brasil é um tratado
internacional, não uma pesquisa científica.
Não
existe um estudo do Ministério da Saúde que enquadre o THC na
exigência legal para sua proibição. E nunca existirá, porque a
dependência “física ou psíquica” não pode ser encontrada em
nenhum teste científico sério, pela simples razão de que o Ser
Humano pode produzir um hormônio – o endocanabinol, que é uma
cornucópia do THC.
Por
este motivo não se manifesta tal dependência,coisa que não
acontece com o álcool e com o tabaco que, por interpretação
jurídica legal, deveriam ser proibidos.
Alguns
experts no assunto afirmam que o desejo pelo THC é o mesmo
manifestado pelo chocolate.
Mas
isso não importa!!!
O
importante (para o Sistema) é manter a Erva Sagrada proibida,
independentemente dos custos sociais e econômicos.
Enquanto
nós (brasileiros) repetimos erros de quarenta anos atrás, a Europa
e os EUA redescobrem os benefícios agrícolas e industriais que a
cannabis - um presente de Deus para a humanidade - oferece.
São
mais de vinte e cinco mil produtos provenientes deste maravilhoso
arbusto. Nenhuma outra planta é tão prodigiosa como a cannabis. É
por isso que ela é proibida.
Alimento,
combustível (álcool e biodiesel), resinas industriais, fibras
diversas, polpa de celulose, remédios eficazes inclusive contra o
câncer... É por isso que ela é proibida.
Fumar
sua resina é apenas o “bode expiatório”.
O
problema da cannabis não é de saúde ou moral, o problema é que
ela é tão maravilhosamente rica que interfere na economia, ou
melhor, no interesse de alguns que querem o poder econômico mundial
em suas mãos. Compreenda-se a indústria petroquímica; a produção
mundial de papel; os conglomerados de produção de venenos
agrícolas, sementes transgênicas e fertilizantes; a indústria
farmacêutica de alta tecnologia e os investidores das Bolsas de
Valores, que abrange este mercado mundial trilhardário.
Se
o Paraguai se sujeita à interferência imperialista tupiniquim, o
Uruguai é a outra face da moeda. Em breve o Uruguai será o exemplo
a ser seguido, como precursor da redenção agrícola da cannabis,
que será a base para um novo ciclo de desenvolvimento (sustentável)
econômico e social.
Isso
é uma profecia ou uma realidade histórica inquestionável? Não
importa, mas é para esse futuro que o mundo caminha e a América do
Sul também.
Resta-nos
saber se estaremos neste trem do desenvolvimento sustentável, pois
por vocação tecnólogica e agrícola teremos condição de ser
locomotiva desta composição, ou daqui a quarenta anos estaremos
falando ainda da “guerra contra as drogas”.
Está
mais do que na hora da “Árvore da Vida” sair das páginas
policiais para ser notícia no Globo Rural, nos cadernos de economia,
agricultura, indústria e comércio.
Vamos
tirá-la das Delegacias e Fóruns e colocá-la na Embrapa, Esalq,
Senai, Ministérios de Agricultura e Saúde...
Vamos
trocar o vulgo propositalmente pejorativo de “maconha” por seu
verdadeiro nome: cannabis, a cana
de dois sexos (bis), a
cana
do sonho do faraó (Gênesis 41-5,6,7...), que pela divina sabedoria
de José, salvou o Egito, como salvou inúmeros outros povos. A
“cana”
que é um presente de Deus.
“No
meio das ruas da cidade, de um lado e do outro do rio, lá estava a
“árvore da vida”, que produz doze frutos (hoje conhecemos 25.000
frutos), dando todo mês seu fruto; e as folhas da árvore eram para
a cura das nações.” (revelações do apocalipse 22-2)
Que
a sabedoria do nosso Pai Todo-Poderoso nos permita compreender a
“Real Verdade”, fazendo com que sejamos homo-um
pouco mais-sapiens.
Ras
Geraldinho (por carta)
Líder
religioso da Primeira Igreja Niubingui Etíope Coptic de Sião do
Brasil.