segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Não sou dono desta estrada, sou apenas viajor...

Agradeço aos os irmãos e irmãs de todo Brasil que tem se solidarizado e apoiado nossa causa e nossa Igreja. Que “Jah” ilumine todas essas pessoas.

É destas manifestações que emana a força necessária para podermos atravessar esse vale de sombras: são provas materiais da minha história de vida. O volume enorme de pessoas que me reconhecem como líder religioso é inconteste chancela da minha atuação social.

Infelizmente, a balança que pesou meus direitos humanos está enferrujada e nega a se equilibrar com o fiel da lubrificante Constituição Cidadã de 1988.

Volto a afirmar: não sou criminoso, não sou traficante. Sou um cidadão brasileiro, que pelo dom do conhecimento compreendeu que vivia em uma democracia plena e que, seguindo estritamente todos os preceitos legais constitucionalmente estabelecidos, acreditou que seus direitos humanos fundamentais seriam respeitados.


Hoje, depois de 18 meses dentro dos calabouços do sistema carcerário paulista, reafirmo todas as minhas convicções de fé e filosóficas.

Neste umbral das trevas podemos compreender a crua realidade humana. Aqui só o poder da fé edificante pode garantir o alvorecer.

Morar em condições de mendicância, deitado em piso de concreto, lado a lado com irmãos aidéticos e tuberculosos, nos faz refletir sobre o desenvolvimento espiritual da humanidade. 

Nos vivifica a experiência do Mestre que se relacionou com os leprosos (Lucas 17 – 11 ~ 19).

Não sou dono desta estrada, sou apenas viajor, quem planejou minha jornada foi meu Pai. Foi ele quem designou minha missão e este vale de sombras não é o fim, é apenas passagem e como tudo o que se encontra sob o céu, esta prova também terá um fim.

O meu prêmio e graça, será a vitória da Luz sobre a Escuridão.

Um dia tudo ficará claro e seremos libertos desta Matrix escravizante do poder econômico sobre o homem.

Haverá um tempo em que a verdade sobre a Erva Sagrada suplantará a mentira tirânica do hediondo poder econômico. E todos seremos livres.

Minha causa é inequívoca, o direito de uso ritualístico da cannabis, assim como de outras plantas é pétreo, e por isso nossa vitória chegará. Se não para mim, ela virá para uma nova ordem social que se liberta. Como diz Marcelo D2 : “Nossa vitória não será por acidente”

Um dia o homem neste país terá o direito de usá-la para sua libertação. Liberdade que não está na sua fumaça, mas no milagre de sua essência, nos mais de 25 mil produtos extraídos dela.

Então teremos o direito que um dia nos foi furtado, de usufruir da cannabis como alimento- a fonte nutricional mais rica entre todas as plantas, como combustível sustentável, como produtos industriais de baixíssimo custo, também como remédios eficazes inclusive contra o câncer, além de uma infinidade de outros usos.

Sabemos que a proibição da cannabis não está no “tapinha do baseado”. O hábito milenar de se fumar a Erva foi apenas o “bode expiatório”do embargo.

A verdade da proibição está no interesse econômico de pessoas que sabiam que a Erva era entrave ao sucesso da indústria petroquimica.

Sem esta ridícula proibição,o petróleo não seria a comoditie mundial que é hoje em dia.

Tudo o que obtemos com o petróleo pode-se extrair da cannabis sem os problemas ambientais, sociais e de saúde que o óleo fóssil nos oferece.

É interessante observar que o embargo da Erva advém da ascensão do petróleo e que a solução para todos os males que ele acarreta para a humanidade se encontra nela.

A cannabis liberta,enquanto o petróleo escraviza. 

Podemos afirmar que o problema do aquecimento global está diretamente ligado ao embargo compulsório da cannabis. O teor total desta bizarra história, que começou em 1922 com o descobrimento e o registro da patente do nylon pela Dupont nos EUA é enorme e recheada de absurdos jurídicos e violência institucional. Seria impossível contá-la em um único texto.

Para finalizar sobram estas questões:


Se nós sabemos de todo este complô contra a Erva; se sabemos que hoje ela é cultivada para a produção de fibra, tecidos, papel, remédio, etc … na maioria dos países europeus, sendo a França o maior produtor de semente de cannabis, porque a mídia de massa, só fala da “Maconha” ?

Porque só encontramos notícias sobre ela nas colunas policias dos jornais ?

Porque nunca encontramos matérias sobre cânhamo nos cadernos de agricultura ou no Globo Rural?

A resposta é simples: Porque ela continua ameaçando os interesses dos gigantescos grupos transnacionais que angariam lucros pornográficos com o embargo.

Assim, os agricultores continuam escravizados pelo Sistema e milhares de pessoas sofrem com o monstruoso regime de repressão.

Irônico é saber que o dinheiro oriundo do tráfico não significa uma milésima parte do que os agricultores, a industria e o País poderiam ganhar com a exploração sustentável da planta, que é um presente de Deus.

Gostaria de agradecer a atenção de todos os irmãos e irmãs que lerem estas palavras.

Sabendo que o candeeiro de Sofia ilumina e vence a escuridão, só posso desejar que a Luz e a Glória de nosso Pai Celestial nos inunde.

Com a graça de “Jah” - Ras Geraldinho
Rastafari !

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