Agradeço aos os irmãos e irmãs de todo Brasil que tem se
solidarizado e apoiado nossa causa e nossa Igreja. Que “Jah”
ilumine todas essas pessoas.
É destas manifestações que emana a força necessária para podermos atravessar esse vale de sombras: são provas materiais da minha história de vida. O volume enorme de pessoas que me reconhecem como líder religioso é inconteste chancela da minha atuação social.
Infelizmente,
a balança que pesou meus direitos humanos está enferrujada e nega a
se equilibrar com o fiel da lubrificante Constituição Cidadã de
1988.
Volto
a afirmar: não sou criminoso, não sou traficante. Sou um cidadão
brasileiro, que pelo dom do conhecimento compreendeu que
vivia em uma democracia plena e que, seguindo estritamente todos os
preceitos legais constitucionalmente estabelecidos, acreditou que seus direitos
humanos fundamentais seriam respeitados.
Hoje, depois de 18
meses dentro dos calabouços do sistema carcerário paulista, reafirmo todas as minhas convicções de fé e filosóficas.
Neste
umbral das trevas podemos compreender a crua realidade humana. Aqui
só o poder da fé edificante pode garantir o alvorecer.
Morar
em condições de mendicância, deitado em piso de concreto, lado a
lado com irmãos aidéticos e tuberculosos, nos faz refletir sobre o
desenvolvimento espiritual da humanidade.
Nos vivifica a experiência
do Mestre que se relacionou com os leprosos (Lucas 17 – 11 ~ 19).
Não
sou dono desta estrada, sou apenas viajor, quem planejou minha
jornada foi meu Pai. Foi ele quem designou minha missão e este vale
de sombras não é o fim, é apenas passagem e como tudo o que se
encontra sob o céu, esta prova também terá um fim.
O meu prêmio e graça, será a vitória da Luz sobre a Escuridão.
Um
dia tudo ficará claro e seremos libertos desta Matrix escravizante
do poder econômico sobre o homem.
Haverá
um tempo em que a verdade sobre a Erva Sagrada suplantará a mentira
tirânica do hediondo poder econômico. E todos seremos livres.
Minha
causa é inequívoca, o direito de uso ritualístico da cannabis,
assim como de outras plantas é pétreo, e por isso nossa vitória
chegará. Se não para mim, ela virá para uma nova ordem social que
se liberta. Como diz Marcelo D2 : “Nossa vitória não será por
acidente”
Um
dia o homem neste país terá o direito de usá-la para sua
libertação. Liberdade
que não está na sua fumaça, mas no milagre de sua essência, nos
mais de 25 mil produtos extraídos dela.
Então
teremos o direito que um dia nos foi furtado, de usufruir da
cannabis como alimento- a fonte nutricional mais rica entre todas as
plantas, como combustível sustentável, como produtos industriais
de baixíssimo custo, também como remédios eficazes inclusive contra
o câncer, além de uma infinidade de outros usos.
Sabemos
que a proibição da cannabis não está no “tapinha do baseado”. O hábito milenar de se fumar a Erva foi apenas o “bode
expiatório”do embargo.
A
verdade da proibição está no interesse econômico de pessoas que
sabiam que a Erva era entrave ao sucesso da indústria petroquimica.
Sem esta ridícula proibição,o petróleo não seria a comoditie mundial
que é hoje em dia.
Tudo
o que obtemos com o petróleo pode-se extrair da cannabis sem os
problemas ambientais, sociais e de saúde que o óleo fóssil nos
oferece.
É
interessante observar que o embargo da Erva advém da ascensão do
petróleo e que a solução para todos os males que ele acarreta para
a humanidade se encontra nela.
A
cannabis liberta,enquanto o petróleo escraviza.
Podemos afirmar que
o problema do aquecimento global está diretamente ligado ao embargo
compulsório da cannabis. O teor total desta bizarra história, que
começou em 1922 com o descobrimento e o registro da patente do nylon
pela Dupont nos EUA é enorme e recheada de absurdos jurídicos e
violência institucional. Seria impossível contá-la em um único
texto.
Para
finalizar sobram estas questões:
Se nós sabemos de todo este
complô contra a Erva; se sabemos que hoje ela é cultivada para a
produção de fibra, tecidos, papel, remédio, etc … na maioria dos
países europeus, sendo a França o maior produtor de semente de
cannabis, porque a mídia de massa, só fala da “Maconha” ?
Porque
só encontramos notícias sobre ela nas colunas policias dos jornais
?
Porque
nunca encontramos matérias sobre cânhamo nos cadernos de
agricultura ou no Globo
Rural?
A
resposta é simples: Porque ela continua ameaçando os interesses dos
gigantescos grupos transnacionais que angariam lucros pornográficos
com o embargo.
Assim,
os agricultores continuam escravizados pelo Sistema e milhares de
pessoas sofrem com o monstruoso regime de repressão.
Irônico
é saber que o dinheiro oriundo do tráfico não significa uma
milésima parte do que os agricultores, a industria e o País
poderiam ganhar com a exploração sustentável da planta, que é um
presente de Deus.
Gostaria
de agradecer a atenção de todos os irmãos e irmãs que lerem estas
palavras.
Sabendo
que o candeeiro de Sofia ilumina e vence a escuridão, só posso
desejar que a Luz e a Glória de nosso Pai Celestial nos inunde.
Com
a graça de “Jah” - Ras
Geraldinho
Rastafari !
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