Iperó, 26 de Março de 2016
Que a paz e a sabedoria de
Jah se derrame sobre nós!
Meu nome é Geraldo Antonio
Baptista e sou conhecido como Ras
Geraldinho, fundador da Primeira Niubingui Etíope Copta de Sião do Brasil -
Igreja Rastafari.
Agradecendo a todos os
espíritos e anjos que possam vir em defesa da minha Niubingui (igreja), venho atender estes questionamentos, que
compreendo ser a tábua de salvação deste aflito enxoviado e dos demais irmãos e
irmãs da nossa entidade religiosa, que se encontram na iminência de serem
violentados pela injusta Justiça brasileira.
No nosso entendimento, violência
e intolerância religiosa é a nefasta face do Espírito humano que todos os dias
crucifica, queima, mata, executa, decapita e que condenou à prisão um cidadão
brasileiro que acreditou que, perante a Constituição Brasileira, poderia
exercer o direito de viver a divina experiência rastafári.
Infelizmente este é um
espírito maléfico que vive dentro do Homem e somente a iluminação do
inconsciente coletivo da Humanidade poderá reduzir este “espírito escuro”.
Quem sofre violência e
intolerância religiosa, num primeiro momento, sente impotência e dor
espiritual, pela compreensão de que o Ser Humano está a milênios da real Luz
divina. O martírio, a prostração e a revolta chegam quando nos damos conta de
que a Justiça não alcança os violentos e os intolerantes, cuja alma está
repleta de ódio, soberba, preconceito, ignorância, malícia, realidade
distorcida, impiedade.
O fato é que necessitamos
ainda muito tempo para expurgar estes sentimentos entranhados em nós.
Por ocasião do lançamento do
Disque-Denúncia nº 100, liguei pessoalmente para pedir socorro sobre o caso da
minha igreja, que vinha sofrendo sistemática ameaça dos órgãos policiais, e a
resposta que recebi da atendente foi a de que eu não poderia ser atendido por
não se tratar de criança/adolescente/idoso em risco de violação de direitos.
Insisti, pedindo pelo menos um protocolo de registro, que não me foi fornecido.
Quase cinco anos depois,
estando preso sob condições medievais, desumanas e insalubres, e proibido de me
manifestar em entrevistas, fiz, em nome da Primeira Niubingui Etíope Copta de
Sião do Brasil, uma denúncia de violação de direitos à Secretaria de Direitos
Humanos da Presidência da República (protocolo SONDHA nº 110.3926, denúncia nº
692974, processo SEI nº 00005.202355/2016-67) e obtive resposta da Sra. Irina
Karla Bacci, Ouvidora Nacional de Direitos Humanos, o que encheu meu coração de
esperança.
Tenho certeza de ser preso
político, pois meu caso não é criminal e sim ideológico/filosófico/teosófico. E
toda repressão ideológica é ação política.
Força irmão
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