segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Iperó, 07 de outubro de 2013 - Cela 114

RASTAFARIANISMO

O rastafarianismo é um sentimento cultural religioso que brota a partir do coração africano que sofre o êxodo da escravidão.
O espírito rasta é forjado na matrix do Velho Testamento, sob a pressão do domínio, da opressão e do terror.

Uma alma que acredita que a única forma de lutar contra o castigo da escravidão é mantendo o Espírito Santo dentro do amor, proteção e, principalmente, da obediência às sagradas leis de Jah.

A fé rastafári é uma mescla ecumênica de várias raízes religiosas. Entre elas a copta - vertente de fé que declaro minha "profissão espiritual".

O espírito do "bushman" - preto velho com fé inquebrantável - começa a criar corpo quando Marcos Garvey, erudito negro jamaicano, formado em Oxford, publica suas profecias na coluna de um jornal jamaicano.

Entre elas, uma dizia que quando um rei negro africano subisse ao trono que lhe é por direito divino, assim como Moisés resgatou os judeus do jugo egípcio, os (escravos) negros oprimidos estariam livres do braço imperialista da Inglaterra, podendo assim retornar à terra prometida, ao Sião, na África mãe. Estamos no início da década de 1930.

Neste mesmo período, Tafari Mokame, um jovem descendente em linha direta com Salomão, é empossado Rei da Etiópia, passando a ser chamado pelo nome real de Ras Tafari - Haile Sellasie I.


Os jamaicanos viram neste acontecimento a realização das profecias de Garvey e passaram a se auto-intitular rastafáris. O movimento toma corpo e cresce muito dentro da Jamaica e nas Antilhas até que, através das melodias do reggae, vai para as Américas e toma o mundo.

Peter Tosh, Bob Marley, Burn Spear, entre outros, encantaram a todos com a música do Espírito de um povo que acredita que só o amor e a fé na lei da Jah pode nos salvar.


Por ser o rastafarianismo um movimento cultural-religioso de resistência (contra a opressão colonial), ele prega como mandamento pétreo a paz fundamentada na Justiça Divina da Real Verdade, que só se atinge através do "amor fraternal universal", dogma que só é atingido dentro da graça de Jah, o Rei dos Reis, Senhor dos Senhores, Leão Conquistador da Tribo de Judah.

Este é o mantra básico do pragmatismo rastafári.

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